Neymar, 32 anos do Menino da Vila que encantou o mundo

Por Victor Hugo, do Memorial das Conquistas

Impressionar o torcedor santista não é fácil. Torcedores que se acostumaram a ver grandes talentos irem e virem, normalmente leva-se tempo para cativar sua admiração e conquistar idolatria. Mas a partir do momento que Neymar da Silva Santos Júnior, um garoto de apenas 17 anos de idade, esteve em campo pela primeira vez, foi muito fácil de prever que aquela estrela iria brilhar.

Nascido na cidade de Mogi das Cruzes, no dia 5 de fevereiro de 1992, Neymar já veio ao mundo destinado ao futebol. Filho de um pai ex-jogador, a bola sempre foi seu brinquedo favorito.

Portador de um corpo franzino, mas de talento enorme, o Menino da Vila foi um assombro ao futebol brasileiro, beirando o assustador perante seus adversários em campo. Tamanha sua superioridade aos outros jogadores, Neymar chegou a ser excluído das premiações da Revista Placar no ano de 2012, sendo considerado um jogador hors concours. Láurea, até então, concedida apenas ao Rei Pelé. 

Sua idolatria não veio apenas por seus números: 136 gols pela camisa do Alvinegro, o maior artilheiro após a era-Pelé. O que realmente conquistou uma legião de amantes desse esporte, não era o que Neymar fazia, mas como ele fazia.

Além dos números impressionantes, Neymar verdadeiramente resgatou o brilho no olhar de toda uma nação que ansiava pelo sentimento do futebol autenticamente brasileiro. Ao encantar em campo, ele não apenas conquistou pela habilidade, mas também reacendeu o amor pelo esporte. O talento é tanto que, por vezes, parecia não haver finitude para suas habilidades. Se havia algo que faltava ao garoto prodígio eram os próprios limites.

Para muitos, Neymar é um craque, gênio, ídolo… mas para o torcedor do Santos é muito mais que isso. Representa a conciliação da nostalgia das glórias passadas, com a ousadia e alegria da juventude. Um ponto altíssimo de felicidade e orgulho do tão amado clube da Vila Belmiro.

Sempre jogou com o coração, sempre amou o Santos, dentro e fora de campo. Talvez esse seja o principal motivo da admiração do torcedor santista. A fome em campo, a ânsia, por vezes quase que irresponsável, pelo algo a mais, pelo gol a mais…

Quando tocava na bola era temido por muitos, mas admirado por todos. Fosse ou não santista, todos paravam para ver o time dos Meninos da Vila, protagonizado por ele. Com 20 anos chegou a ser aplaudido pela torcida adversária, em seu estádio, em uma de suas mágicas exibições, contra o Cruzeiro em 2012.

Muitos inclusive copiaram seu estilo. Imitaram seus passinhos, fizeram o icônico corte moicano no cabelo, trocaram a grife da camisa 10 pelo encanto da camisa 11. E com isso tem que se contentar, copiar apenas seu estilo. Seu futebol, seu encanto e a paixão que ele despertou no torcedor do Santos, dificilmente será visto outra vez.

Até hoje, Neymar Júnior é motivo de orgulho e saudade do torcedor do Santos. Dos golaços inesquecíveis, dos dribles desconcertantes, do sentimento de estar vendo alguém fazer algo impossível. Tipo de sentimento que apenas os torcedores do Santos foram agraciados. A retomada da Glória Eterna com a conquista da Copa Libertadores, após uma longa espera, a conquista da inédita, e até hoje única, Copa do Brasil, do período de dominância no Campeonato Paulista. Neymar foi uma nova autoafirmação de gigantismo do Santos.

É um orgulho que nem todos os torcedores de clubes brasileiros podem ter, pois só o Santos teve Neymar. É um orgulho que nem todos podem ter, pois Neymar só teve o Santos. É uma doce saudade que apenas o torcedor do Santos pode sentir. Parabéns, Neymar!

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